Espirro Reverso
Espirro reverso
Espirro reverso é o esforço inspiratório forçado e repetitivo (paroxístico) iniciado após irritação da nasofaringe caudodorsal [4,5]. Como forma de diferenciação, pode-se observar que espirros reversos ocorrem na inspiração, enquanto espirros regulares (normais) ocorrem na expiração[5]. Esta manifestação clínica acontece em vários cães jovens a meia idade, incluindo a maioria das raças braquicefálicas (nariz achatado) e Beagles, embora qualquer raça de cão possa ser afetada, sendo cães de raça pequenas são usualmente mais acometidos[4].
Existem diversas causas que pode levar a manifestação de espirro reverso, entre elas corpo estranho, ácaros nasais, neoplasia de cavidade nasal, aspergilose nasal e mais comumente processo inflamatório secundário a causa alérgica, levando a irritação de nasofaringe. Corpos estranhos como grama ou outro material de plantas que adentram pela cavidade oral e que presumidamente seria expelido pela tosse ou migram para a nasofaringe[4]. Ou seja, espirro reverso ou inspiratório (reflexo de expiração) pode ser uma resposta normal a uma irritação mecânica da mucosa dorsal na nasofaringe[1]. Porém a maioria dos casos é idiopática (sem causa definida) [4]. Não se considera o espirro reverso em cães como uma forma de angústia respiratória, porém proprietários que nunca presenciaram esta condição anteriormente podem relatar a condição como um episódio de angústia[3].
Sinais Clínicos
Caracteristicamente o cão apresenta dispnéia inspiratória intensa caracterizada por extensão do pescoço, olhos "arregalados" e abdução dos cotovelos [2]. O cão usualmente fica parado com o pescoço esticado e lábios puxados para trás. As costelas são puxadas para fora em movimentos exagerados e os tecidos moles intercostais são puxados para dentro. O paroxísmo (movimento repetitivo) é geralmente de curta duração (1 a 2 minutos) [2,3] e não interfere significativamente na respiração[4]. O fechamento incompleto da nasofaringe resulta em sons de ronco. Este fechamento é normal durante a deglutição e é inibido no final do processo, o que explica o efeito da deglutição na liberação da posição aparentemente fixa da faringe e da língua, suficiente para interromper o ataque de espirro reverso[2]. Os sinais podem estar associados a excitação ou ingestão de líquidos[4].
Apesar de esses animais normalmente manifestarem esses sinais durante toda sua vida, o problema raramente progride[4]. Uma característica comum usada para diferenciação é que após o episodio o cão permanece absolutamente normal [3].
Diagnostico
O diagnóstico é feito normalmente por meio de histórico e exame físico [4]. A avaliação adicional para distúrbios nasais ou da faringe é indicado se ocorrer síncope (desmaio) intolerância a exercícios ou se outros sinais de doenças respiratórias forem relatados ou se o espirro reverso for severo ou progressivo [4].
Tratamento
Em geral nenhum tratamento é necessário porque os episodios são auto limitantes[4]. Para retorno mais rápido da "crise" o proprietário deve ser instruído a induzir o reflexo de deglutição do cão massageando a região da faringe ou fechando rapidamente as narinas[2], uma vez que a deglutição faz este ataque cessar [2].
De acordo com algumas observações, a administração de anti histaminicos dimiui a frequência e a intensidade das crises mas há carência de estudos controlados[4].
Em casos mais avançados, corticóides são necessários para controlar a inflamação e sinais clínicos. Se um paciente com espirro reverso responder bem ao corticóide sistêmico, este poderá ser substituido por corticóides inalados com equivalente controle e menor efeito colateral sistêmico.
Maricy Alexandrino - Médica Veterinária
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Referências Bibliográficas
1. BONAGURA, J. D., TWEDT, D.C.; Kirk´s Current Veterinary Therapy XIV, USA: Elsevier, 2009
2. ETTINGER, S.J.; FEELDMAN, E.C.; Tratado de Medicina Interna Veterinária, 5º ed. Vol. 1, Rio de Janeiro: Guanabara, 2004.
3. HAWKINS E.C. Evaluating Breathing Patterns, em Resumos do The North American Veterinary Conference — 2006 JANUARY 7-11, 2006 ORLANDO, FLORIDA.
4. NELSON, R.W.; COUTO, C.G.; Medicina Interna de Pequenos Animais, 4º ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010
5. TILLEY , L. P.; SMITH Jr.; F.W.K; Consulta Veterinária em 5 minutos: Esécies Canina e Felina, 2º ed. São Paulo: Manole, 2003 p. 122-123
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